Juazeiro do Norte-CE: Missa celebra aniversário de morte do Pe. Cícero

Tradição se renova a cada ano com mais uma romaria na cidade considerada “santa” por devotos do Pe. Cícero



Juazeiro do Norte A data de hoje seguiu como tradição ao longo dos meses de cada ano no Município. Hoje, a cidade amanhece em louvor, por ser o dia que marca a celebração da morte do Padre Cícero. 78 anos depois, a multidão de fiéis vai ao Largo do Socorro rezar pelo sacerdote, e também pedir graças.

O túmulo do Padre Cícero é o local concorrido para as pessoas prestarem suas homenagens. As missas do dia 20 de cada mês reúnem multidões. A previsão de público é de 40 mil pessoas, de acordo com a Secretaria de Turismo e Romarias. No próximo domingo, a cidade estará completando 101 anos.

A missa do Padre Cícero acontece a partir das 6 horas de hoje. Este mês, volta ao local tradicional de celebração desde 1934, na Praça do Socorro, área que está passando por uma obra de requalificação.

A celebração será presidida pelo bispo diocesano, dom Fernando Panico. O Largo do Socorro, como vem sendo chamado, será aberto apenas para o período dos festejos. Depois, a obra será fechada para conclusão, mas a área de frente ao Memorial Padre Cícero continua em reforma.

Oração

Padre Cícero Romão Batista faleceu no dia 20 de julho de 1934 e foi sepultado em frente ao altar da Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, local de oração e devoção de fiéis e romeiros de várias partes do País.

As romarias nesse período do ano, segundo o secretário de Turismo e Romarias, José Carlos dos Santos, são crescentes. Mas grande parte das pessoas vem mesmo pela manhã, durante a celebração, e fica somente para assistir a missa, acender velas e depositar flores no túmulo do sacerdote.

A data de comemoração dos 101 anos de emancipação política incorpora a celebração e a romaria que acontece neste período, em virtude da temporada de férias, que traz para Juazeiro os fiéis, principalmente, nos fins de semana.

Hoje, a cidade também terá como atrações, no fim da tarde, o carro iluminado “Pirilampo” e o lançamento da Coleção Centenária de Cordéis, que reúne 100 edições com títulos diferenciados, entre inéditos e reedições, ainda como parte das obras relacionadas ao centenário do Município de Juazeiro.

Os romeiros começam a chegar. A celebração se torna especial, com um palanque armado em frente à capela. Dentro da igreja, no túmulo de Padre Cícero, a emoção, a homenagem e o agradecimento pela graça alcançada. Objetos são lançados sobre o túmulo, para em seguida serem devolvidos pelas organizadoras. A partir dali, os fiéis acreditam que algo sagrado é levado como lembrança para casa.

Segundo o secretário de Turismo e Romaria, José Carlos dos Santos, por conta da grande visitação ao túmulo do Padre Cícero, na Capela do Socorro, será importante acontecer a abertura do espaço, e para isso foram intensificadas as obras no sentido de haver condições mínimas de recepção aos fiéis.

No local é montado o palanque. “É um período que tem aumentado bastante o número de pessoas que vem a Juazeiro”, diz ele. O lançamento da coleção de cordéis será um dos pontos altos da comemoração da Semana do Município.

É a história de Juazeiro do Norte contada por meio da literatura de cordel. Essa é a homenagem que será prestada à cidade, com clássicos do cordel publicados em referência aos 100 anos do Município. Todos estarão relacionados à religiosidade popular, com o movimento das romarias, e ao Padre Cícero.

O critério de escolha da maior parte dos livretos partiu da própria Comissão de Organização do Centenário de Juazeiro do Norte, que começou a planejar diversas publicações bibliográficas. Grande parte do acervo foi lançada no ano passado. Mais dez livros com a temática de Juazeiro e relacionada às romarias e história da cidade serão lançados ainda este ano. Serão 100 mil cordéis distribuídos entre instituições e os autores.

A história do cordel no Nordeste tem uma relação importante com Juazeiro do Norte, já que foi na cidade que, por muitos anos, atuou o tipógrafo José Bernardo da Silva, que fundou a Tipografia São Francisco, na cidade, em 1926, se tornando uma das mais renomadas do Nordeste. Foi a que mais divulgou os livretos em diversos Estados. As atividades da gráfica foram encerradas em 1982, mas resta a Lira Nordestina, hoje sob administração da Universidade Regional do Cariri (Urca), onde são preservados equipamentos históricos da gráfica.

Os direitos autorais para publicação dos livretos foram repassados por meio da Academia Brasileira de Cordéis (ABC). As matrizes das xilogravuras foram feitas por xilógrafos de Juazeiro do Norte, que irão fazer parte de uma exposição. O projeto teve o financiamento do Banco do Nordeste (BNB).

Mais informações:

Secretaria de Desenvolvimento, Turismo e Romarias
Praça do Cinquentenário, S/N
Bairro do Socorro
Juazeiro do Norte (CE)

Fonte: Cariri Notícias

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