Operação guarda fronteiras antes da Copa das Confederações

Por Terra
  O ministro da Defesa, Celso Amorim, anunciou nesta terça-feira uma ação de monitoramento de fronteira específica às vésperas da Copa das Confederações. A pasta coordena as edições da chamada Operação Ágata, que faz parte do plano estratégico de fronteira. "Essa operação nos permitirá impedir a entrada de criminosos", disse o ministro. O torneio começa no dia 15 de junho de 2013, com partida de abertura em Brasília, com jogo da Seleção brasileira contra o time do Japão.

"Vamos fazer a operação naturalmente em algum ponto crítico a ser definido. O tempo será um pouco antes da Copa das Confederações, com uma antecedência que não interfira no fluxo de turistas que venham assistir ao torneio, mas que tenha objetivo dissuasório", disse Amorim, sem dar detalhes, pelo fato de se tratar de um plano de inteligência. "O número de militares deve ser um pouco superior do que nas demais operações. Se a média das outras operações foi de 10 mil militares, haverá um número substancialmente maior. Eu calcularia algo em torno de 20 mil, levando em conta a extensão do território", acrescentou o ministro.

Em seis edições, desde junho do ano passado até novembro deste ano, a Operação Ágata destruiu quatro pistas de pouso clandestinas, apreendeu quase 20 toneladas de explosivos e 11 toneladas de entorpecentes. No período, foram vistoriados 222 aviões, quase 320 mil veículos, e 5 mil embarcações - das quais 498 foram apreendidas. "O número total de militares empregados nas operações é de 58 mil, uma média de quase 10 mil por operação", disse o ministro da Defesa, Celso Amorim.

O anúncio faz parte do balanço das operações dos órgãos de segurança federais e das Forças Armadas que integram o Plano Estratégico de Fronteiras, lançado em junho do ano passado pela presidente Dilma Rousseff. O plano compreende, além da Operação Ágata, a Operação Sentinela, coordenada pelo Ministério da Justiça.

Entre junho de 2011 e novembro de 2012, a Sentinela apreendeu 350 toneladas de maconha e cocaína, 2 mil armas de fogo e 280 mil munições. A operação também desarticulou 42 organizações criminosas transnacionais, prendeu 20 mil pessoas e apreendeu mais de R$ 10 milhões oriundos de atividade ilícita.

"Os números são impressionantes não só porque dizem respeito ao combate ao crime transfronteiriço, com integração das nossas Forças, mas também porque resultaram em uma integração do nosso país com países vizinhos, por meio de acordos internacionais, que também colaboraram intensamente", disse o vice-presidente Michel Temer.

Entre os acordos, o Brasil repassou à Bolívia três helicópteros para atuação na fronteira.Temer afirmou que o plano também teve uma função cívica e social ao chegar a lugares isolados. No total, 29.482 atendimentos médicos e 18.304 odontológicos foram feitos. Além disso, 9 mil pessoas foram vacinadas e 195.241 medicamentos, entregues.

O Ministério da Justiça promete ainda adicional de 750 policiais rodoviários federais e 600 policiais federais em atuação nas fronteiras. A previsão da pasta é a de que mais 750 policiais rodoviários federais sejam nomeados. "Não é simples essa ampliação de quadro, porque os policiais devem ser treinados. Os novos policiais que entrarem vão para a região de fronteira", disse o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

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